segunda-feira, 10 de setembro de 2007

iPhone: diversão, viagens e uma conta de US$ 3 mil

Quando Neil Dingman recentemente saiu em férias pela Europa, ele levou seu iPhone com ele, mas sem intenção de usar muito o aparelho. De fato, em seus 14 dias de viagem, fez apenas algumas ligações, e esperava que sua conta fosse apenas um pouco mais alta em função das tarifas de roaming. Na verdade, acabou pagando US$ 852,31.

O celular de Dingman, consultor de crédito hipotecário em Minneapolis, passou todo o período da viagem realizando ligações automáticas por meio de uma rede européia de telefonia móvel, diversas vezes por hora, para verificar se havia mensagens de e-mail. Como ele não desativou o recurso de verificação automática de e-mails, na viagem de Dingman pela Itália, Croácia e Malta, seu aparelho fez mais de 500 ligações de verificação de e-mail.

Outros usuários do iPhone sentiram a ferroada das tarifas salgadas de roaming em seus aparelhos. Alguns deles, como Dingman, não sabiam que precisavam desativar o recurso de verificação automática de e-mails; outros receberam contas errôneas; outros ainda compreenderam equivocadamente as explicações sobre tarifas dadas pelo serviço de atendimento ao consumidor a AT&T. Muitos estão se queixando, à empresa ou em seus blogs.

O iPhone não é diferente dos demais celulares, disse Todd Smith, um porta-voz da AT&T, com a exceção do BlackBerry, cujos usuários podem optar por uma tarifa mensal fixa quando viajam. Qualquer assinante da AT&t que esteja planejando viagens para fora dos Estados Unidos deveria entrar em contato com AT&T e obter informações sobre os planos de roaming, ele afirmou.

Dave Stolte o fez antes de levar seu iPhone com ele em uma viagem de duas semanas à Irlanda e à Inglaterra, em julho. Ele assinou um plano de roaming, mas diz que a explicação do atendente do serviço de assistência ao assinante sobre as tarifas não foi clara. Terminou arcando com uma conta de US$ 3 mil.

Quando a empresa lhe ofereceu um crédito de US$ 100, Stolte diz ter se sentido insultado, e enviou cartas aos presidentes-executivos da Apple e da AT&T. A história de sua conta rapidamente se difundiu pela Internet. Não demorou muito para que a empresa decidisse reembolsar o valor integral da conta.

"Não posso imaginar que a AT&T espere que todos os seus assinantes sejam técnicos que raciocinem em termos de quantos kilobytes de transferência estão envolvidos em um mapa do Google Maps", disse Stolte, designer de sites que vive em Temecula, Califórnia.

Em julho, Aaron Oxley levou seu iPhone com ele a Londres, Dubai e Bancoc. Oxley disse em mensagem de e-mail que estava ciente de que haveria tarifas pelo roaming internacional, de modo que tomou cuidado para estar em áreas dotadas de acesso gratuito a uma rede Wi-Fi quando usava seu iPhone para obter acesso à Internet. Mas quando chegou a conta da AT&T para seu celular, as tarifas de transmissão de dados chegavam a US$ 300.

Quando Oxley ligou para a AT&T, foi informado de que mesmo que tivesse usado o Wi-Fi ainda assim havia tarifas de transmissão de dados a pagar. De fato, de acordo com Smith, o porta-voz da AT&T, os proprietários de iPhones não têm de pagar pelas conexões via Wi-Fi. Oxley terminou por receber reembolso pleno pelos US$ 300 que pagou em tarifas de roaming.

Dingman disse que não lhe ocorreu desativar o recurso de verificação de e-mails. A AT&T terminou por cancelar a cobrança, mas só depois que Dingman assinou um plano mundial de transferência de dados que custa US$ 24,99 ao mês. A AT&T não está restituindo automaticamente aos assinantes o valor dessas tarifas. Segundo Smith, as situações que surgem estão estudadas caso a caso.

The New York Times
Terra

0 comentários: